quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Consumida moderadamente, cerveja é benéfica para coração de esportista


Segundo estudos, bebidas fermentadas apresentam substâncias protetoras da saúde e podem ajudar na redução dos níveis de colesterol ruim

Por Nabil Ghorayeb São Paulo

Não tem polêmica, apenas uma surpresa para alguns desavisados. Há vinte anos, vários estudos sobre bebidas fermentadas - cerveja e vinho - surgiram entre as pesquisas sobre a famosa Dieta Mediterrânea. A presença de substâncias protetoras da saúde – polifenóis (flavonoides e isoflavona) e fitosteróis (resveratrol) - tanto no vinho como na cerveja explicam o paradoxo de consumidores de muita gordura animal que têm baixa incidência de aterosclerose no coração na população da região mediterrânea. O vinho se consolidou como bebida saudável, se não passar de uma ou duas taças por dia.

A cerveja com álcool, uma das bebidas mais consumidas no mundo - o Brasil é o terceiro em produção e 17º em consumo per capita - agora teve também demonstrado que, se consumida moderadamente - 600 a 700ml/dia por homens e 350ml por mulheres-, produz benefícios semelhantes aos do vinho. Ela ainda poderia ser reidratante na sua versão sem álcool, já que é composta de aproximadamente 95% de água.

Estas pesquisas científicas foram apresentadas em Congressos de Cardiologia dos EUA e da Europa, e publicadas em revistas científicas de grande impacto. Pesquisadores do Instituto de Saúde da Universidade de Griffith- Austrália criaram uma cerveja com teor alcoólico reduzido que diminui a desidratação através da adição de eletrólitos. Após um teste piloto, constataram que esta “nova versão” hidratou os indivíduos 1/3 a mais do que as outras cervejas testadas.
Segundo especialistas, consumo moderado de cerveja pode ser benéfico para corredores 
Citada no antigo testamento, a cerveja fez parte da dieta mediterrânea antiga e supõe-se que tenha surgido do líquido resultante do simples armazenamento da cevada em recipientes de barro expostos à chuva. Os estudos das bebidas fermentadas foram aprofundados em países como Alemanha, Grécia e Espanha. Recentes pesquisas feitas em Barcelona pela vice-presidente da Sociedade Espanhola de Cardiologia, a professora Lina Badimon, que também já atuou como pesquisadora no Mount Sinai Hospital de NY, analisaram porcos, que possuem características semelhantes aos humanos no que se refere à doença aterosclerótica.

Os animais foram divididos em três grupos, todos com dieta bem gordurosa: um grupo recebeu diariamente cerveja com teor alcoólico reduzido por 10 dias, outro grupo recebeu cerveja com teor alcoólico regular (3 a 8%) e o terceiro recebeu cerveja sem álcool. Os resultados mostraram que o grupo que mais se beneficiou da ação antioxidante no organismo foi o grupo que recebeu cerveja regular.
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Nos humanos, o consumo moderado de cerveja pode trazer benefícios, principalmente para os níveis de colesterol - aumentando o HDL e diminuindo o LDL - e elevando a produção interna de óxido nítrico, o mais potente vaso dilatador e antioxidante biológico e em alguns dos fatores de coagulação sanguínea. Importante notar que, apesar de mais discretos, a cerveja sem álcool também apresentou efeitos cardioprotetores.

A cerveja nunca será um remédio, mas, sim, um hábito de vida. Para não correr o risco de alcoolismo, deve ser muito bem esclarecido que o consumo dela deve ser obrigatoriamente moderado. Crianças, gestantes, cardíacos, doentes do fígado ou que estejam usando medicações incompatíveis com o álcool não devem consumir bebidas alcoólicas.
 
Fonte: Eu Atleta - Globo.com

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